sexta-feira, 25 de março de 2011

Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável

Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável



Fonte: SITE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável. 23/03/2011. Online. Disponível em www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=economia-verde-desenvolvimento-sustentavel. Capturado em 25/03/2011.





Autoria: Guilherme Gorgulho - Inovação Unicamp - 23/03/2011



Economia verde



A busca de um novo modelo econômico de baixo carbono, baseado no melhor aproveitamento dos recursos naturais, exigirá um investimento anual de mais de US$ 1,3 trilhão, ou 2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, em dez setores estratégicos, até a metade do século XXI.



O relatório Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), mensura o peso que as políticas públicas terão no fomento de novas tecnologias nos próximos 40 anos e atribui à iniciativa privada a maior parte da responsabilidade desse investimento.



Segundo o PNUMA, políticas adotadas nas últimas três décadas para garantir um crescimento econômico aliado à eficiência energética e ao menor consumo de recursos naturais produziram resultados "modestos demais" em termos de promoção da transição para a chamada "economia verde".



A ONU defende a necessidade de investimentos intensivos nas áreas de agricultura, indústria, energia, água, edifícios, gestão de resíduos, pesca, silvicultura, turismo e transportes.



O relatório indica que o crescimento mundial da economia nesse cenário mais "verde" seria maior do que o registrado no atual modelo econômico, apesar do conceito disseminado que opõe desenvolvimento a sustentabilidade ambiental.



"Em uma transição para uma economia verde, serão criados novos empregos que, ao longo do tempo, superarão as perdas de empregos da economia marrom [de alta emissão de carbono]", diz o documento.



Menos subsídios para a economia marrom



Desse montante de US$ 1,3 trilhão, a maioria dos recursos deverá ser oriunda do capital privado, apesar do importante papel atribuído ao setor público na definição de políticas de fomento dessas tecnologias.



Cabe aos governos, de acordo com o documento, principalmente direcionar os esforços para fomentar o aprimoramento dos setores-chave e redimensionar estratégias que estimulam financeiramente segmentos ligados à economia de alta emissão de carbono. "Corrigir subsídios onerosos e prejudiciais em todos os setores abriria espaço fiscal e liberaria recursos para a transição para uma economia verde." O PNUMA calcula que o fim dos subsídios destinados a apenas quatro setores (energia, água, pesca e agricultura) traria uma economia anual de 1% a 2% do PIB global.



Um dos exemplos, diz o texto, são os subsídios destinados à produção e comercialização de combustíveis fósseis, que superaram a marca de US$ 650 bilhões em 2008, o que desestimula uma mudança de matriz energética para os recursos renováveis.



"O uso de ferramentas como impostos, incentivos fiscais e licenças negociáveis para promover investimentos e inovações verdes também é essencial, assim como o investimento em capacitação, treinamento e educação", explica o documento.



Emergência verde



Mesmo estando aquém do ritmo desejado, de acordo com o PNUMA, a transição para o modelo da "economia verde" ocorre em "escala e velocidade nunca antes vistas".



O segmento de energia limpa é um dos que mais crescem; a previsão é de que investimentos mundiais no setor tenham aumentado 30% no último ano, passando de US$ 186 bilhões em 2009 para US$ 243 bilhões em 2010.



O PNUMA destaca que países não membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), como Brasil, China e Índia, têm-se sobressaído, ampliando sua participação mundial em investimentos em energia renovável de 29% em 2007 para 40% em 2008.



Os autores de Rumo a uma Economia Verde atribuíram ao setor de energia o maior montante, US$ 362 bilhões (27%), do total de recursos de US$ 1,347 trilhão a ser investido anualmente. O segundo segmento que deve receber mais recursos é o de transportes, com US$ 194 bilhões (14%).



Na sequência, aparecem os setores de edifícios e turismo (US$ 134 bilhões ou 10% cada um), agricultura, água, gestão de resíduos e pesca (US$ 108 bilhões ou 8% cada um), indústria (US$ 76 bilhões ou 6%) e silvicultura (US$ 15 bilhões ou 1%).



Biomassa brasileira



O desempenho do Brasil nos biocombustíveis ganha relevo no capítulo de energia renovável.



O bioetanol produzido no País é destacado como uma das duas únicas opções comercialmente maduras para a geração energética entre as fontes renováveis do mundo, ao lado da energia hidrelétrica produzida em grandes represas, que supre 16% da demanda do mundo.



"Em termos de utilizações sustentáveis de biomassa, a produção de combustíveis para transporte baseados em bioetanol no Brasil já é uma tecnologia comercialmente madura", informa o texto, em comparação com outras tecnologias promissoras para a geração de energia limpa, como a eólica, considerada ainda nas fases de implantação e difusão no mundo.



Economicamente o segmento de energia renovável ganha cada vez mais destaque, tendo empregado direta ou indiretamente mais de 2,3 milhões de pessoas no planeta, segundo balanço feito em 2006 e citado no relatório.



O Brasil é o segundo país do mundo que mais emprega nesse setor, com cerca de 500 mil trabalhadores, o que representa 20,7% de toda mão-de-obra envolvida no segmento no mundo.



Sustentabilidade na construção civil



O relatório divide as áreas estratégicas de investimento em capítulos, que foram organizados por especialistas das diversas áreas e de várias partes do mundo.



O capítulo sobre edifícios e construção civil foi coordenado por três especialistas, entre eles a arquiteta brasileira Joana Carla Soares Gonçalves, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, onde atua no Departamento de Tecnologia da Arquitetura, no Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética. Desde 2009, ela também é professora orientadora do Programa de Pós-Graduação Energia e Ambiente da Architectural Association Graduate School, em Londres.



Joana coordenou a equipe de autores em parceria com os pesquisadores Philipp Rode e Ricky Burdett, da London School of Economics, em Londres, e também redigiu textos com definições de conceitos, sobre a importância da inserção do projeto arquitetônico no contexto climático, do conforto ambiental, do emprego de materiais e das vantagens de reabilitação de prédios.



Em entrevista por e-mail a Inovação, a professora da USP, que está em Londres, aponta o papel fundamental do uso da tecnologia na construção civil para a constituição de edifícios "mais verdes" e diz que o foco do relatório é nas inovações que busquem a economia de energia, destacadas dentro do tópico "Oportunidades".



"No entanto, eu gostaria de destacar que tecnologia, no que tange aos sistemas prediais, é só um fator dentre outros que colocamos sucintamente. Definitivamente, o foco não está só na tecnologia, mas no edifício como um todo, incluindo seus ocupantes", afirmou Joana.





Edifícios Inteligentes



O relatório da UNEP, detalha a professora, tem como objetivo fornecer informações para os agentes tomadores de decisão de todo o mundo, abordando desafios, oportunidades e instrumentos, mas principalmente mensurando os impactos e as vantagens econômicas dessa transição. "É importante destacar também que, de uma maneira geral, ainda temos poucos dados quantitativos disponíveis sobre os custos e as vantagens econômicas de edifícios de menor impacto ambiental, em diferentes partes do mundo", esclarece Joana. "Achar esses números para montar nosso argumento a favor de edifícios mais verdes foi um grande desafio", diz a autora, acrescentando que mesmo assim a equipe teve êxito na construção da base de argumentos, com dados e fatos convincentes.



Relatórios técnicos



Segundo a professora da USP, o documento "Rumo a uma Economia Verde" não foi proposto para ser uma publicação técnica, mas sim informativa. No entanto, ele será desdobrado em relatórios técnicos que desenvolverão em detalhes as questões principais de cada um dos capítulos.



Joana contribuirá para os relatórios do PNUMA sobre edifícios abordando temas como a conscientização e inserção econômica dos edifícios de menor impacto ambiental.



Joana Gonçalves afirma que não há no Brasil uma valorização suficiente da etapa de projeto dentro da construção civil; para ela, os projetos devem ser mais "inteligentes" e contemplar todos os aspectos do impacto ambiental, como os materiais, o conforto dos usuários e o melhor aproveitamento dos recursos naturais, como luz e ventilação. "O arquiteto tem que conhecer mais e melhor todas as questões de desempenho ambiental, assim como os engenheiros de todas as naturezas precisam entender melhor os vários aspectos do desempenho ambiental dos projetos arquitetônicos e da construção para pensar as soluções tecnológicas."



Prédios novos x prédios requalificados



O setor da construção civil responde por mais de um terço do consumo de recursos do planeta, o que inclui 12% do consumo mundial de água doce, além de gerar 40% de todos os resíduos sólidos do mundo, de acordo com o PNUMA.



Duas abordagens diferentes devem ser empreendidas para tornar o setor mais "verde", de acordo com o relatório. Nos países desenvolvidos, as principais oportunidades estão na requalificação dos prédios existentes, para torná-los ambientalmente mais eficientes por meio de intervenções que reduzam o consumo de energia e incluam o uso de fontes renováveis. Já nos países não membros da OCDE, diz o documento, o déficit habitacional abre mais possibilidades para a exploração de novas gerações de construções com designs inovadores e novos padrões de desempenho.



"No entanto, deve ser considerado que, em muitos casos, o que já projetamos nos últimos 50 anos ou mais, principalmente nas grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e outras, representa um estoque edificado significativo que precisa ser recuperado e reutilizado, visando também um menor impacto ambiental", pondera a professora. "Esse ponto é bem reforçado no relatório; definitivamente, não é somente sobre o novo, mas também sobre o já existente."



Para Joana, um fator que favorece o Brasil é o clima ameno, que possibilita construir prédios mais eficientes, com menor consumo de energia e impacto ambiental reduzido. Mas para isso, diz ela, é necessário investir mais em projetos e compreender melhor o papel dos usuários.



Sustentabilidade: soluções ambientais para a sua empresa. Workshop gratuito.

“Sustentabilidade: soluções ambientais para a sua empresa”



24/03/2011 - 08:28


Autoria e fonte: http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=151271



A consultoria Keyassociados promove no dia 07 de abril, das 9h às 11h, o workshop gratuito “Sustentabilidade: soluções ambientais para a sua empresa”, com a consultora Ângela Cardoso.

O objetivo é apresentar possibilidades de adequações ambientais que visam à sustentabilidade do negócio empresarial. O número de vagas é limitado.

Os interessados devem preencher o formulário digital disponível no link: www.keyassociados.com.br/workshops-gratuitos-cursos.php. As aulas acontecem na sede da consultoria na Av. Paulista, 37 - 10º andar - Bela Vista - São Paulo – SP.



CBCS lança ferramenta de seis passos para seleção de materiais sustentáveis


CBCS lança ferramenta de seis passos para seleção de materiais sustentáveis

Passos apontam para escolha de empresa alinhada a princípios de sustentabilidade

24/Março/2011


Fonte: http://www.piniweb.com.br/construcao/sustentabilidade/cbcs-lanca-ferramenta-de-seis-passos-para-selecao-de-materiais-211978-1.asp



Autoria: Mauricio Lima

 

O Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) lançou uma nova ferramenta online para a escolha de fornecedores alinhados a princípios de sustentabilidade. O tutorial, dividido em seis passos básicos, já está disponível no site do CBCS.



A iniciativa surge a partir de uma parceria da CBCS com a Associação de Fabricantes de Materiais (Abramat), a Companhia de Desenvolvimento Urbano de São Paulo (CDHU) e a Editora PINI, e conta com o apoio da Associação Nacional de Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (Anfacer).



"A expectativa é de que o setor dê um salto de qualidade, reduzindo a necessidade de reposição e manutenção e minimizando o consumo de recursos naturais e os impactos ambientais da atividade de construção", afirma Vanderley John, coordenador do comitê de materiais do CBCS e conselheiro da entidade.



Seis passos

Na primeira etapa, a ferramenta dá acesso, no site da Receita Federal, ao Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas para que o usuário identifique a formalidade da empresa. Na etapa seguinte, é possível verificar se o fornecedor possui licença ambiental para funcionar. Além disso, o usuário também é orientado sobre como selecionar madeira de origem legal.



Em um terceiro momento, o profissional pode checar se o fornecedor está envolvido em casos de trabalho escravo ou infantil. O respeito às normas técnicas e as certificações de qualidade pelo Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) são verificados na etapa seguinte.



Nos dois últimos passos, a ferramenta oferece roteiros identificar a política de responsabilidade social do fornecedor e eventuais práticas de propaganda enganosa.



Segundo Vera Hachich, conselheira do CBCS, não há sustentabilidade sem que haja o cumprimento da legislação do país. "Se você comprar um produto sem origem confirmada ou que não esteja em conformidade com a legislação brasileira, você não está fazendo uma construção sustentável. Este é o grande alerta que a ferramenta dos seis passos vai dar ao mercado", afirma Vera.





Programa de Educação Ambiental cresce sete vezes em 2011 e beneficia 65 mil estudantes do sistema público

Programa de Educação Ambiental cresce sete vezes em 2011 e beneficia 65 mil estudantes do sistema público


23/03/2011 - 11:35


Autoria e fonte: http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=151109


O programa de educação ambiental Escolas Sustentáveis cresceu de 30 para 200 escolas participantes no seu segundo ano. Criado por Fernando Monteiro, doutor em Ciência Ambiental pela Universidade de São Paulo, o programa foi desenvolvido para o ensino fundamental I e II e tem como objetivos: . Promover mudança de comportamento e promoção de atitudes e práticas sustentáveis entre professores, alunos e comunidade escolar.
. Promover melhoria dos indicadores de sustentabilidade da escola como consumo de água, consumo de energia, minimização de resíduos sólidos, melhoria do ambiente e da biodiversidade na escola.
. Contribuir para o desenvolvimento profissional dos educadores.



O apoio da iniciativa privada garante a viabilização do projeto, que custa entre R$ 3 e R$ 6 por aluno por ano.



Em 2010 o grupo Camargo Correa apoiou 30 escolas em Curitiba. Neste ano o projeto ampliou sua abrangência para 200 escolas em dezesseis cidades. A multinacional do setor químico Rhodia apoia 20 escolas em 4 cidades paulistas, a gigante do setor alimentício Kraft Foods, apoia 100 escolas em cinco municípios e a empresa Essencis apoia 80 escolas em oito municípios. No total são 850 professores e 114 mil alunos beneficiados.



“Em cada escola, realizamos um diagnóstico ambiental ligado às necessidades da comunidade, capacitamos os professores para uma educação ambiental participativa, fornecemos os materiais didáticos e paradidáticos, e acompanhamos os projetos realizados pelos alunos”, explica Monteiro.



Além dos debates em torno do conteúdo e do projeto prático, os alunos têm acesso a materiais educativos. O projeto conta com uma rede social própria, que permite a troca de experiências entre professores participantes. [http://escolasustentaveis.ning.com].



O caminho: Evoluir, Educação e Sustentabilidade - O projeto é realizado pela empresa de Monteiro, a Evoluir, Educação e Sustentabilidade que nasceu como editora de livros infantis em 1996 e hoje atua em três áreas: Responsabilidade Social e Investimento Social Privado, Programas e treinamentos corporativos em Educação para Sustentabilidade e Edição de livros, jogos e materiais educativos.



Depois do doutorado e sua experiência na Inglaterra, trabalhando com gestão para sustentabilidade, para o organismo internacional Lead (www.lead.org), entre 2007 a 2009, a empresa lançou o projeto Escolas Sustentáveis.



“Acredito que o foco de todas as questões ligadas à sustentabilidade deve estar na educação, em um processo que leva as pessoas a sentirem, refletirem e agirem sobre determinado problema”, diz Monteiro.



Feicon Batimat: Sustentabilidade dá o tom

Sustentabilidade dá o tom



Realização da Feicon Batimat põe em evidência técnicas e materiais menos impactantes na arquitetura, na construção e na decoração




Autoria: Karine Miranda

Especial para A Gazeta



A sustentabilidade se mostra como uma das principais preocupações na construção civil, arquitetura e decoração. A Feira Internacional da Indústria da Construção - Feicon Batimat, maior salão latino-americano do setor de construção civil, ocorrida de 15 a 19, em São Paulo, apresentou lançamentos, tendências e soluções eficientes do ponto de vista da sustentabilidade. Além disso, o evento serve para ampliar as discussões sobre o tema.



De acordo com o arquiteto Éder Bispo, os produtos e tecnologias apresentados na Feicon são bons exemplos de como se pode atuar na questão sustentável sem perder conforto e qualidade estrutural. Ele ressalta que a grande preocupação quando se fala em construção sustentável é com relação ao consumo de água. "Racionalizar o seu uso é primordial". Outra questão é o consumo excessivo de energia e a emissão de gazes poluentes. "Várias técnicas construtivas, soluções e materiais contribuem para minimizar o impacto negativo das construções. Basta ao arquiteto propor e tentar implantar a melhor solução para cada caso específico", explica.



Ele lembra que a sustentabilidade na arquitetura é construir de forma harmônica tendo como resultado construções inteligentes, comprometidas com a qualidade de vida, que respeitem o meio ambiente, propiciando o presente e futuro melhores. Existem no mundo várias certificações que conferem as construções o caráter de obra sustentável. No Brasil, a discussão está se iniciando. "Construir de forma sustentável é aproveitar os recursos naturais de forma responsável". Usado por muitos profissionais, o termo sustentabilidade foi banalizado, segundo o arquiteto Éder. Ele explica que para muitos, esta expressão é apenas uma forma de auto promoção, pois virou moda dizer que se constrói de forma sustentável. Para outros, uma simples divagação, já que um bom projeto de arquitetura resulta de questionamentos e preocupações que vão além das questões estéticas e pessoais. "Sabemos da responsabilidade que é inserir uma construção em um determinado local, seu impacto e suas conseqüências, portanto procuramos pensar arquitetura em sua totalidade", assegura.



Vale lembrar que a preocupação com o futuro das próximas gerações faz parte do trabalho de um profissional da área da construção. Não se pode retroceder, até porque ao longo dos anos incorpora-se novas idéias e soluções para minimizar um possível impacto negativo das obras. Assim, construir de forma sustentável propõe uma nova forma de pensar e agir e representa um avanço importante e é irreversível. Um ganho que não se podem abrir mão.



Mas essa nova atuação da arquitetura, ainda, pode ser melhorada, inclusive em obras já realizadas e tidas como não sustentáveis. Embora não se possa torná-las sustentáveis, pode-se minimizar os problemas através de reformas que visem melhorar as condições de vida. Uma forma possível é reduzir o consumo de energia e água através de uma readequação no sistema, por exemplo. Já quando se trata da criação de projetos, o arquiteto lembra que primeiro é preciso criar um um conceito daquilo que se pretende.



Não se pode esquecer que se a sustentabilidade fizer parte desde o início do projeto é evidente que o resultado será uma obra melhor resolvida desse ponto de vista. "Pensar assim desde o início facilita o desenvolvimento do trabalho, pois permite a definição dos materiais a serem utilizados bem como as formas de aproveitar melhor a ventilação e iluminação naturais, entre outros", garante.



Uma obra arquitetônica é fruto de um conjunto de fatores, os materiais são importantes e podem ser determinantes no resultado final, mas por si só não são soluções para os problemas. Adotar materiais adequados e ecologicamente corretos contribui muito para o desempenho de uma edificação, no entanto, cabe ao projeto contemplar todas as soluções possíveis. Sua qualidade está em responder satisfatoriamente a todas as necessidades que se apresentam, não somente as físicas, mas também as intangíveis. Assim, o projeto é composto por uma série de elementos, muito mais que um desenho técnico. Resulta numa afirmação do pensamento do arquiteto e espelha suas preocupações com meio, o ser e o mundo. Por isso, a sustentabilidade não se mostra nem como tendência, nem como necessidade, principalmente, porque a arquitetura é arte e é feita para durar.



Mesmo que não seja tendência, mas uma ação que vem crescendo dentro da área da construção civil, construir de forma sustentável ainda representa um custo aparentemente mais alto. Por uma questão cultural ainda não se é capaz de pensar em investimento de longo prazo, segundo o arquiteto. No entanto, isso está mudando. Aos poucos, os projetos começaram a conter especificações como novas técnicas construtivas e materiais com melhor desempenho. Mas não se pode esquecer que o mundo da construção é bastante complexo e as transformações são lentas, embora já se possa colher os resultados desse trabalho.



Um exemplo é a obra do arquiteto no condomínio Alphaville Cuiabá, destacada como um dos cem bons exemplos mundiais de arquitetura residencial, pela sua qualidade, beleza plástica e adequação a nova realidade mundial (sustentabilidade) de acordo com uma editora chinesa que lançará um livro com as melhores construções sustentáveis. Para finalizar, ele ressalta que o trabalho dos verdadeiros arquitetos, avessos a modismos, é de buscar a essência da arquitetura, que hoje muitas vezes é esquecida por alguns profissionais.



"O tema é ainda um pouco difícil de ser abordado, tudo está por fazer aqui no Brasil, mas estamos caminhando para um melhor entendimento. Estamos, ainda, vendo o mundo de outra forma. Chegamos num ponto crucial e pensar de forma sustentável me parece ser a alternativa mais racional e sensata. Se o fazemos é por acreditar na vida e em um mundo melhor,", finaliza.



Qual o verdadeiro perfil do profissional de sustentabilidade?

Qual o verdadeiro perfil do profissional de sustentabilidade?

 
Quarta- feira, 23 de março de 2011



Autoria e fonte: http://www.sustentabilidadecorporativa.com/2011/03/qual-o-verdadeiro-perfil-do.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+sustentabilidadecorporativa%2FCsrj+%28Um+olhar+sustent%C3%A1vel+sobre+o+mundo+empresarial%29


Na semana passada saiu uma matéria no caderno Razão Social do Jornal O Globo intitulada “Procura-se profissional com perfil sustentável”. Essa matéria, junto com a criação da Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade despertou o interesse de muita gente e abriu o debate para outros veículos tratarem mais profundamente sobre o assunto.





Em momento algum desde o anúncio da primeira reunião do ABRPROSUS eu emiti opinião sobre o que achava da criação da associação. Mas vou emitir agora. Acho extremamente temerário e, até, desnecessário. Primeiro por uma simples questão: as empresas mal entendem o conceito de sustentabilidade, que dirá quem é o profissional de sustentabilidade.





E segundo porque num futuro, espero que bem próximo, sustentabilidade não terá necessidade de ser área, mas uma competência dentro dos outros processos. Marketing sustentável, supply chain sustentável, finanças sustentável, comunicação sustentável, RH sustentável, TI sustentável, P&D sustentável... percebem a diferença?





Mas enquanto esse dia não chega, fica a pergunta do milhão: quem é o profissional de sustentabilidade? É o engenheiro ambiental? É o analista de SHE/SMS? É a assistente social/ psicóloga que trabalha nos projetos corporativos nas comunidades? É o RP/jornalista/publicitário que faz o relatório de sustentabilidade? É o gerente de marketing que lança produtos sustentáveis? É o gestor do instituto que cuida do ISE? Para mim nenhum desses é profissional de sustentabilidade. São apenas profissionais com experiência técnica em assuntos relacionados à responsabilidade social e responsabilidade ambiental.





Ainda na matéria do jornal O Globo, perdida lá no meio, a chave para realmente começar a dar uma cara para o profissional de sustentabilidade. Foi simplesmente perfeita a afirmação do professor Ciro Torres, do IAG da PUC-Rio, de que o maior desafio é as empresas conseguirem selecionar os líderes capazes de integrar os princípios da sustentabilidade a todas as áreas da empresa. Ou seja, volta para o que falei antes de marketing sustentável, supply chain sustentável etc etc etc.





Uma coisa que essa matéria deixou subentendida e que não condiz com a realidade do mercado da sustentabilidade, é que por mais que as empresas falem lindamente sobre esses profissionais e a importância deles, da forma como está hoje é uma área fechada, super difícil de entrar e absurdamente enxuta. E vai continuar assim enquanto não superarem a visão de responsabilidade social/custo necessário para a empresa. Ou seja, todos os CEOs vão dizer que é um imperativo para o negócio, mas contratação que é bom, nada.





Na verdade, mais do que aumentar a contratação de profissionais técnicos em RSA ou RSE, quando as empresas realmente se derem conta de que sustentabilidade é investimento e processos, todos os funcionários, independente da área, terão de ser profissionais de sustentabilidade.