quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Derretendo...


27/12/2012-04h59

Temperatura em São Paulo fica 3,5°C acima da média em dezembro




DE SÃO PAULO
DO RIO

Atualizado às 11h09.

Temperatura em São Paulo fica 3,5°C acima da média em dezembro
Nem mesmo as madrugadas têm refrescado os moradores de São Paulo e do Rio.
Os paulistanos encararam ontem a madrugada de dezembro mais quente dos últimos sete anos, com mínima de 23,9º C, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A medição foi feita no Mirante de Santana, na zona norte da cidade.
Na primeira hora de ontem, a temperatura era de 27,9°C.
Em dezembro, a média das temperaturas está quase 3,5°C acima do normal para o mês. "São elevadas para os padrões de São Paulo", diz a meteorologista Josélia Pegorim, da Climatempo.
Já os cariocas enfrentaram 33ºC na madrugada e 43,2ºC de dia (calor mais intenso desde o começo da medição, em 1915), apontou o Climatempo.
A máxima foi registrada em Santa Cruz (zona oeste). Em Copacabana (zona sul), ficou em 36,5ºC.
Segundo meteorologistas, o calor está intenso porque uma massa de ar quente de alta pressão impede que frentes frias cheguem à região.
São elas que refrescam as noites, diz Celso Oliveira, da Somar. "Elas trazem ventos do sul, mais frios. [Nos últimos dias] acabaram predominando ventos do norte, que vêm da linha do Equador."
A alta umidade do ar ainda aumenta a sensação térmica nas duas cidades.
Ontem, São Paulo registrou temperatura máxima de 30,6º C à tarde, segundo o Inmet.
Adriano Vizoni/Folhapress
Em meio ao calor, o pequeno Gabriel Frega, 2, brinca com o tio Sérgio frega, 30, na piscina do clube Atlético Juventus
Em meio ao calor, o pequeno Gabriel Frega, 2, brinca com o tio Sérgio frega, 30, na piscina
A previsão é que amanhã chegue uma frente fria, o que deve amenizar a temperatura, mas também causar temporais até o Ano-Novo.
A situação deve chegar ao Rio pouco antes do Réveillon e se manter na virada do ano.
Enquanto o calor não diminui, sofrem por exemplo aqueles que precisam trabalhar engravatados.
"O que dá para fazer é tirar o terno na hora do almoço", afirma o bancário Sandro Acrisio, 31, de São Paulo, que não pode tirar a gravata nem em véspera de feriado.
O seu colega Julimar Silva Bezerra, 28, tem a mesma rotina, mas reclama mais do calor na madrugada. "Parece que durante a noite fica a mesma temperatura. Já comprei um umidificador e a minha próxima aquisição vai ser um ar-condicionado", diz.
"Não venta. Abro a janela e não vejo nenhuma folha se mexendo. A casa fica toda aberta e não adianta", conta o engenheiro Felipe Cabaz Mello, 26. (GUILHERME GENESTRETI E REGIANE TEIXEIRA)
Editoria de Arte/Folhapress

Ciclista morre após ser atingindo por linha com cerol em SP


27/12/2012-09h05



COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um homem morreu na noite de quarta-feira (26) após se cortar com uma linha com cerol enquanto andava de bicicleta, em Americanópolis, zona sul de São Paulo.
De acordo com a polícia, Antonio Ednaldo Macedo Gomes, 45, retornava para casa quando uma linha com cerol enroscou em sua perna na rua Delfino Facchina, por volta das 18h50. Na tentativa de se desvincilhar na linha, o homem perdeu o controle da bicicleta e caiu.
Segundo o delegado Fernando Gonçalves, a linha com cerol atingiu a veia femoral da vítima, localizada na perna. Ele foi socorrido e levado para o pronto-socorro Samboya, mas não resistiu e morreu.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o helicóptero Águia, da Polícia Militar foi acionado para ajudar no resgate da vítima. Apesar disso, o socorro chegou 40 minutos após o primeiro chamado.
A polícia fez buscas na região na tentativa de descobrir quem estava com a linha, mas ninguém foi encontrado. O caso será investigado pelo 43º DP (Cidade Ademar).

Prontuário Inteligente é sustentável!


27/12/2012-04h02

Hospital brasileiro testa prontuário digital que prevê piora do paciente

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1206788-hospital-brasileiro-testa-prontuario-digital-que-preve-piora-do-paciente.shtml

DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA+SAÚDE"



A troca dos prontuários hospitalares de papel para os arquivos digitais vai mudar mais do que o suporte no qual estão anotadas as informações dos pacientes.
Ferramentas desenvolvidas para analisar os dados contidos nesses arquivos podem ajudar os médicos a controlar a prescrição de remédios, a equacionar filas de pacientes para procedimentos em hospitais públicos e até a saber qual dos internados pode tem maior risco de piorar nas horas seguintes.
O Hospital Santa Catarina de Blumenau (SC) vai começar a testar, a partir de fevereiro de 2013, um algoritmo usado em nove hospitais americanos para prever o prognóstico do paciente, saber quais têm mais chance de voltar a ser internados caso recebam alta e quais devem ser priorizados nas rondas dos médicos e enfermeiros.

INDICADORES
De acordo com o cardiologista Luiz Haertel, diretor médico de um programa de prontuários eletrônicos usado no hospital, o algoritmo leva em conta resultados de exames como pressão, frequência cardíaca, hemogramas e testes de função renal, além de observações da enfermagem, como a aceitação do paciente à comida e o seu risco de queda.
"O algoritmo dá um peso a cada uma dessas variáveis. Se uma piorou, a curva vai começar a cair, ainda que o paciente não sinta nada."
A ferramenta, chamada de Índice Rothman, vai ser avaliada por um ano no hospital de Blumenau. O objetivo é saber se vai haver mudança na conduta dos médicos e se o atendimento vai melhorar.

"A junção de informações que estão separadas no prontuário pode virar um novo conhecimento e dar pistas de diagnóstico e tratamento."
domínio do papel

O alcance da digitalização ainda é baixo no Brasil. Segundo Marco Antonio Gutierrez, presidente da Sbis (Sociedade Brasileira de Informática em Saúde), menos de 10% dos hospitais no país têm algum tipo de prontuário eletrônico, somando cerca de 600 instituições.
Na atenção básica, como em postos de saúde e ambulatórios, os sistemas se limitam a controlar agendamento de consultas. O paciente só vai ter seus dados registrados em um prontuário se chegar a um dos hospitais que já aderiram ao sistema.
O Incor (Instituto do Coração do HC de São Paulo) é um deles. O instituto tem um departamento de informática, dirigido por Gutierrez, que desenvolveu o programa usado ali há cerca de dez anos.
"O sistema nunca termina. Estamos aumentando o número de ferramentas de apoio ao diagnóstico, saindo de uma fase de registro de dados e entrando num sistema mais ativo", diz o engenheiro.
A fila de cirurgia, por exemplo, é formada de acordo com um indicador de risco gerado pelo prontuário eletrônico, usando dados como idade, sexo e resultados de exames. "É um método objetivo."
O sistema também gera alertas caso o médico receite remédios que possam ter uma interação perigosa.

ECONOMIA
O Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira) também tem um sistema de prontuário, que tem sido útil, entre outras coisas, para acelerar a fila de cirurgias.
Kaio Jia Bin, diretor de operações e tecnologia de informação do instituto, afirma que hoje, se um paciente desmarcar sua operação por qualquer motivo, é possível aproveitar a mesma equipe de cirurgia para outro doente, evitando que equipamentos e profissionais fiquem ociosos --isso se a desistência for avisada em um prazo de 24 horas.
"Consigo substituir o paciente em 94% dos casos. Só com essa gestão, economizamos R$ 3 milhões entre 2010 e setembro de 2012 e agilizamos a fila."
Mas o médico faz ressalvas ao uso de cálculos matemáticos para estabelecer quais doentes devem ter prioridade.
"Quanto mais automatizado é o atendimento, menos médicos você vai ter. Um algoritmo pode baratear o custo e piorar o atendimento."
Para Haertel, o uso dessas ferramentas vai ajudar a tornar mais justa a escolha dos que precisam de mais atenção. "Ninguém quer ser um número num hospital, mas todo mundo é. A vocação do prontuário eletrônico é corrigir os erros assistenciais."
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress


Por que a cidade de São Paulo ainda não adotou o IPTU verde?


IPTU verde


Municípios brasileiros incentivam adoção de medidas de preservação ambiental em imóveis residenciais com descontos no IPTU


Por Ana Claudia Mielki



Instalar sistemas de captação de água de chuva e reúso de água na habitação ou edificação, construir cobertura vegetal, garantir no terreno áreas permeáveis maiores do que as exigidas pela legislação local, instalar placas fotovoltaicas para captação de energia solar e plantar árvores na frente da residência. Essas são algumas das medidas cuja adoção pela população vem sendo incentivada em alguns municípios brasileiros por meio de desconto percentual no valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Em alguns casos, o abono pode chegar a 100%.
Com diferentes formatos, o incentivo tem sido implementado em cidades como Araraquara, São Vicente e Guarulhos, todos no Estado de São Paulo, assim como em Curitiba e Maringá, no Paraná, e Manaus, no Amazonas, para citar alguns exemplos.
Em São Carlos, localizada a 231 km da capital paulista, o incentivo já entra em seu quinto ano consecutivo. As medidas adotadas no município são bem simples, como garantir o desconto de até 2% aos imóveis que possuam árvores plantadas na calçada em frente e 2% para os imóveis que possuam, no perímetro do seu terreno, áreas efetivamente permeáveis com cobertura vegetal.
O desconto em São Carlos pode chegar a 24%, caso seja somado a outros descontos tais como adimplência do contribuinte e pagamento em parcela única. As ações foram estabelecidas na Lei no 13.692/2005 e regulamentadas pelo Decreto no 264/2008.
O benefício aos contribuintes que mantêm ações de preservação ambiental está inserido numa estratégia geral do município, que incluiu, em 2005, "a revisão da Planta Genérica de Valores e o Recadastramento Imobiliário Municipal", conforme explica o secretário de finanças municipal, Paulo Almeida.
Segundo ele, essa estratégia trouxe ao município a readequação do IPTU, sobretudo, com relação ao cadastro, "que estava bastante defasado". O ganho na receita com a atualização dos valores dos imóveis possibilitou a criação do chamado IPTU verde, bem como de outros incentivos, como o que dá desconto de até 100% para imóveis de interesse histórico.
Materiais de divulgação da Prefeitura de Araraquara
Foto: Prefeitura de Araraquara

Foto: Marcio Lino/PMG
Acima, em Guarulhos: contribuinte beneficiado pelo desconto no IPTU por manter árvores na frente do imóvel. Abaixo: imóvel localizado na região central de São Carlos (SP) que mantém árvores e área permeável
Foto: Manoel Virgínio/PMSC
Assim, para implantar o programa de fomento a iniciativas ambientais, "não houve renúncia de receita, uma vez que a prefeitura criou medidas compensatórias para o que deixou de arrecadar: aproximadamente R$ 50 mil em 2011, de um universo de R$ 48 bilhões", explica. "E o ganho para a cidade é inquestionável; houve uma qualificação da paisagem e uma melhoria no controle da poluição", disse.
Responsabilidade fiscal
Mexer na arrecadação do município é uma das preocupações dos administradores públicos, já que para elaborar um projeto de lei que crie incentivos fiscais é preciso conhecer e estar amparado na Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/2000).

Porém, segundo Ana Claudia Utumi, sócia responsável pela área tributária do Escritório Tozzini Freire, "conceder desconto no IPTU com base em características do imóvel que são favoráveis à cidade está em linha com o que a Constituição Federal chama de Função Social da Propriedade e, também, com o Estatuto das Cidades, já que, na medida em que a cidade tenha um Plano Diretor Urbano, ela poderá cobrar conforme a efetiva utilização do imóvel e sua função social", explica.
Como os descontos e isenções afetam diretamente a arrecadação pública do município, é necessário "destacar no projeto de lei e em toda a discussão, de onde vai sair o dinheiro para a implementação da política ou apresentar a previsão orçamentária considerando a redução da arrecadação, no caso de incentivos", explica Ana Claudia. Assim, "para que qualquer Legislativo (municipal, estadual ou da União) aprove uma lei que enseje renúncia fiscal é preciso uma previsão de qual será o impacto dessa renúncia nas contas públicas", completa.
A atualização da planta genérica de valores imobiliários, conforme feito no município de São Carlos é um bom caminho para se previr não apenas o impacto que os descontos do IPTU podem trazer, como também garantir que haja ganho real de receita com a atualização dos valores dos imóveis (veja gráfico à parte). Isso não quer dizer que uma ação dependa da outra, já que a atualização dos valores venais, a base para calcular o IPTU, pode ser feita anualmente.
Em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, a implementação do IPTU verde também foi realizada em conjunto com atualização da Planta Genérica de Valores Imobiliários do município (Lei nº 6.793/2010). "Fizemos uma operação de incentivo casada com o aumento da arrecadação por meio de mudanças na legislação municipal", explica Eldon Luiz Fiorin, gestor do departamento da receita imobiliária da secretaria de finanças de Guarulhos.
Foto: Brunno Covello/SMCS
Bosque de 5.400 m² coberto de floresta nativa que se tornou a quinta Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) da cidade de Curitiba. Desconto para este tipo de propriedade pode ser de 100% na cidade

Em 2011, primeiro ano do programa o município recebeu 130 inscrições de contribuintes requerendo o desconto fiscal, porém, 20% desses foram indeferidos por não se encaixarem nas regras dispostas na legislação. "Esperamos que em 2012, a adesão seja maior", disse Fiorin, ao avaliar as dificuldades na divulgação deste tipo de lei.
Durante a elaboração do projeto de lei de Guarulhos, foi realizado um cálculo de previsão de renúncia de receita pelos benefícios ambientais com base nos 300 mil domicílios, visando um cenário de adesão de 1/3 dos imóveis, o que daria uma renúncia fiscal de R$ 5,8 milhões. "Mas como se pode ver, estamos muito longe disso ocorrer", comenta Fiorin. "A maioria dos contribuintes que obteve o desconto - um pouco mais de 100 no total - obteve incentivo de até 5% do valor do IPTU", conclui. Em Guarulhos, os descontos são cumulativos até o máximo de 25% do valor do IPTU.
A cidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, é a que concede o percentual mais alto de desconto para áreas efetivamente permeáveis. A alíquota é definida caso a caso, numa conta que se faz dividindo a área de cobertura vegetal permeável pela área total do imóvel e multiplicando o resultado por 80. Assim, quanto maior a área de cobertura vegetal, maior o valor do incentivo. Porém, o desconto não se aplica ao imóvel edificado cuja área total de terreno for de até 500 m² e ao imóvel cuja área total edificada supere 1/5 da área total de terreno. As medidas fazem parte da lei 6.091/2010.
GANHO REAL COM O IPTU VERDE EM SÃO CARLOS
Ganho real de receita do município de São Carlos (SP), computados os descontos do IPTU verde e a atualização dos valores dos imóveis. O incentivo resultou em cerca de R$ 50 mil anuais de renúncia de receita.
Fonte: Prefeitura Municipal de São Carlos.
Já em Curitiba, capital do Paraná, o sistema de descontos no IPTU, que existe desde o ano de 2000, está previsto no Código Florestal da cidade (Lei nº 9.806/2000) e, segundo Sérgio Luiz Primo, gerente do IPTU da cidade, já é uma adaptação de legislações anteriores. Hoje os descontos e isenções beneficiam 10.741 contribuintes da cidade, que mantêm preservados desde bosques nativos relevantes até árvores imunes e variam de 10% a 100% a depender da área protegida.

Cálculo dos descontos
As metodologias usadas pelos municípios foram em geral construídas com base na relevância da ação para a cidade e no investimento do contribuinte em cada medida. Logo, se para o município de São Carlos o interesse maior era no controle da poluição e na rearborização da cidade, Guarulhos incentiva também os contribuintes que investem em novas formas de captação de energia.

De acordo com Fiorin, do município de Guarulhos, primeiro foi estabelecido um limite máximo de descontos, que não poderia passar 25%. Isso foi definido baseado nos valores históricos de incentivos dados pelo município para o pagamento do IPTU para idosos, viúvos, beneficiárias de programas sociais etc.


"Além disso, consideramos que algumas dessas medidas de preservação ambiental implicam investimentos maiores por parte do contribuinte, principalmente, a captação de água de chuva, reúso de água, construção com materiais sustentáveis, captação de energia solar, entre outros. Então era necessário um percentual de desconto maior, até para favorecer o empreendimento", disse.
Já na cidade de Maringá, no Paraná, a preocupação era outra: garantir isenção de IPTU aos proprietários de áreas de preservação permanente dentro das áreas urbanas e urbanizáveis. "Nosso IPTU verde é mais macroestrutural", informa Nelson Pereira da Silva, diretor tributário da secretaria municipal da Fazenda.
Para ele, o "IPTU Verde" na conformação que vem sendo posto em prática por outros municípios brasileiros sairia "muito caro aos cofres de Maringá". "Imagina se fossemos fiscalizar todas as árvores plantadas no município?", indaga. É importante lembrar que Maringá é uma das cidades mais arborizadas do País.
As áreas isentadas são definidas automaticamente por meio de geoprocessamento. "Cadastramos automaticamente os fundos de vale, as matas e os bosques, porém o munícipe que não for cadastrado automaticamente pode recorrer até o dia 31 de março do ano fiscal em questão", explica Silva. No município paranaense, apenas as áreas de preservação recebem isenção. Assim, num terreno urbano de 1 mil m² com 400 m de fundo de vale, o contribuinte será tributado sobre os 600 m não isentos, conforme previsto na Lei nº 895/2011.
Quem já adotou
Alguns municípios brasileiros estão estudando a possibilidade de adoção do IPTU verde. Em Poços de Caldas, Minas Gerais, a discussão já tomou corpo e o projeto de lei só não foi protocolado neste ano por precauções quanto à legislação eleitoral, que proíbe a concessão de benefícios em ano de eleições.

INCENTIVO AO REÚSO DE ÁGUA
Guarulhos e São Vicente, em São Paulo, dão 3% de desconto no IPTU de imóveis com sistema de reúso de água da chuva
O vereador Tiago Cavelagna (DEM) é autor do anteprojeto que contém a proposta, porém, para ser um projeto de lei ele precisa ser incorporado e apresentado pelo Executivo, uma vez que mexe na estrutura financeira do município. A ideia, segundo Cavalagna, é garantir descontos aos imóveis sustentáveis. "São no máximo 20% ações ambientais: aquecimento com energia solar, área permeável, reaproveitamento de água pluvial, entre outros. E os descontos são cumulativos."
Municípios de Guarulhos e São Vicente, em São Paulo, oferecem desconto de 3% do IPTU para proprietários de residências que implantarem sistema de aquecimento solar
Foto: Marcelo Scandaroli
Em Manaus, Amazonas, apesar de já existir a Lei nº 886/2005, que isenta os contribuintes que possuem área florestal decretada pelo município como sendo Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN), a vereadora Lúcia Antony (PCdoB) tem um projeto de lei que amplia os descontos. Se aprovado, concederá redução de até 10% no pagamento do IPTU para os proprietários de imóveis que adotarem medidas que estimulem a proteção e a recuperação do meio ambiente.
Outros municípios que já aderiram ao IPTU verde são: Araraquara (Lei nº 7.152/2009) no interior de São Paulo, com descontos que variam de 10% a 40% no valor do IPTU de acordo com a área preserpreservada; e São Vicente (Lei nº 634/2010), na Baixada Santista, com descontos que podem chegar até 0,3% (três décimos percentuais), dependendo das medidas preventivas tomadas pelo contribuinte. Em São Vicente o desconto não é aplicado aos imóveis cuja alíquota do IPTU é menor do que 1%.
Os municípios de São Carlos, Guarulhos, Araraquara e São Vicente, no Estado de São Paulo, disponibilizam o cadastramento para descontos ou isenção do IPTU diretamente nos sites das prefeituras. Em geral, o cadastramento é realizado até o segundo semestre do ano anterior ao qual o contribuinte pretende obter o desconto. Em São Bernardo do Campo (SP) o pedido deve ser apresentado até o dia do vencimento da primeira parcela ou da parcela única do imposto objeto dos pedidos de benefícios.
Em Maringá, no Paraná, o prazo para solicitar o desconto ou a isenção é sempre até o dia 31 de março do ano fiscal em questão. Além disso, quem fizer o pedido até 20 de janeiro ou até 10 de fevereiro poderá solicitar o desconto do "IPTU Verde" e acumular ainda o desconto de pagamento em cota única, que varia de 15% a 10% respectivamente. Já em Curitiba, capital do Estado, o desconto pode ser solicitado em até 30 dias contados a partir do recebimento do carnê do IPTU.
Em Sorocaba, interior de São Paulo, a legislação já foi, inclusive, aprovada. Porém, não entrou em vigor porque não houve previsão orçamentária no orçamento de 2012.

Efeitos da seca podem durar anos na Amazônia




Meio ambiente / clima - 26/12/2012

http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,EMI327438-18095,00-EFEITOS+DA+SECA+PODEM+DURAR+ANOS+NA+AMAZONIA.html

O alerta é de um estudo publicado na última edição da revista PNAS, que avaliou, pela primeira vez, os efeitos a longo prazo da grande estiagem de 2005 na região

por Estadão Conteúdo
 Shutterstock

A Floresta Amazônica pode demorar vários anos para se recuperar dos efeitos de uma grande seca, colocando em risco a sua própria sobrevivência caso esses eventos passem a ocorrer com mais frequência - como preveem alguns modelos de mudanças climáticas para a região nas próximas décadas. O alerta é de um estudo publicado na última edição da revista PNAS, que avaliou, pela primeira vez, os efeitos a longo prazo da grande seca de 2005 na Amazônia

Segundo os pesquisadores, os impactos da estiagem ainda eram perceptíveis no dossel (cobertura) da floresta quatro anos depois, em 2009, na véspera de uma outra grande seca, em 2010, apesar de um aumento de precipitação no período intermediário. O estudo foi feito por meio de imagens de satélite no espectro de micro-ondas, que permitiram analisar variações nos parâmetros de umidade e biomassa sobre grandes áreas florestais. 

Os resultados indicam que a floresta ainda sofria com os efeitos da seca de 2005 (com redução de biomassa e ressecamento do dossel) quando foi atingida pela seca de 2010. Segundo os cientistas, se as estiagens continuarem a acontecer numa frequência de 5 a 10 anos, o efeito cumulativo poderá alterar significativamente e permanentemente a estrutura biológica da floresta

A pesquisa foi liderada por pesquisadores da Nasa, nos Estados Unidos, em colaboração com os brasileiros Luiz Aragão, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, e Liana Anderson, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no interior paulista. 

Os dados do estudo vão até 2009, mas os pesquisadores preveem que os efeitos observados se repetiram - e provavelmente se intensificaram - nos últimos anos, desde a seca de 2010, que foi a maior já registrada na Amazônia. 

BID disponibiliza R$ 50 milhões para projetos de sustentabilidade


Publicado em 26/12/2012 às 13:49 na categoria Sustentabilidade por Ivonete Dainese

http://www.ultimoinstante.com.br/pt/noticias_20121226/setores_sustentabilidade/153507/BID-disponibiliza-R$-50-milh%C3%B5es-para-projetos-de-sustentabilidade.htm#axzz2GBj6zNq1

A apresentação foi feita à Associação Brasileira das Empresas e Serviços de Conservação de Energia.




O Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID divulgou na última semana projeto que disponibiliza R$ 50 milhões para garantia financeira a ações de Eficiência Energética em edificações privadas no Brasil, tendo como objetivo a redução de emissões de CO2 na atmosfera. 
A apresentação foi feita à Associação Brasileira das Empresas e Serviços de Conservação de Energia - ABESCO e à Associação Brasileira da Indústria de Iluminação – ABILUX, durante reunião na sede da Fiesp, em São Paulo. 
Chamado de Mecanismo de Garantia de Eficiência Energética (EEGM), o projeto faz parte de programa do UNDP (United Nations Development Programme), da ONU, e do GEF (Global Environment Facility), um mecanismo multilateral de incentivo a projetos ambientais nos países em desenvolvimento para facilitar a realização de projetos de Eficiência Energética.


Leia Mais sobre a Notícia nesse Link: BID disponibiliza R$ 50 milhões para projetos de sustentabilidade | UltimoInstante : Notícias de Hoje
Para ler notícias em tempo real, acesse: http://www.ultimoinstante.com.br
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Lixo orgânico em adubo orgânico e húmus

Método executivo de aterro com blocos de EPS


Os cuidados da estabilização de aterros com blocos de EPS


http://www.infraestruturaurbana.com.br/solucoes-tecnicas/22/os-cuidados-da-estabilizacao-de-aterros-com-blocos-de-eps-275118-1.asp

Por Juliana Nakamura


divulgação Basf
Embora no Brasil a execução de aterros rodoviários com blocos de poliestireno expandido (EPS) tenha um histórico recente, essa é uma técnica utilizada pelo menos desde os anos 1970 em países como Noruega, Japão, Chile e Venezuela. Indicada para locais onde há solos moles, ou seja, onde o solo de fundação é de baixa resistência, a execução de aterros com EPS é uma alternativa à aplicação de geossintéticos planos (filmes, laminados, grelhas etc.) que, embora melhorem significativamente os índices físicos do solo, não podem alterar o peso específico do maciço.
A técnica consiste na substituição parcial do aterro tradicional (terra, cinza, areia, pedras etc.) por blocos de EPS de alta densidade. Fácil de manipular, biologicamente inerte, extremamente leve e com alta resistência mecânica, sobretudo à compressão, o EPS é um material celular plástico que consiste de pequenas partículas de forma esférica. Com estrutura microcelular contendo aproximadamente 98% de ar, o poliestireno expandido tem peso específico da ordem de 1% em relação aos solos, mas com boas propriedades mecânicas. Dessa forma, quando devidamente aplicado, pode reduzir as possibilidades de deformações das camadas moles do terreno.
Foto: André Fernandes
Blocos de EPS foram utilizados para estabilizar parte do aterro do viaduto da principal via de acesso à cidade de Tubarão (SC). Fatores como tempo e custo contaram a favor do EPS na comparação com outras técnicas, como jet grouting, para aumentar a resistência do solo mole
divulgação BASF
Além disso, em comparação com soluções convencionais que utilizam o próprio solo como material de construção, o aterro com EPS proporciona fácil e rápida execução. "O clima representa um obstáculo enorme para a compactação de aterros com solos por causa da restrição à alta umidade. Já o aterro com EPS pode ser construído até sob chuva, aspecto que pode ser decisivo em obras em que o prazo de execução é um parâmetro importante", compara o engenheiro Marciano Maccarini, professor de geotecnia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
"Trata-se de uma excelente opção para a construção de aterros, especialmente em encontros de pontes ou viadutos, em que os esforços horizontais nas estacas são reduzidos a valores facilmente absorvidos por elas. Ao mesmo tempo, os recalques (deformações verticais), que para os solos moles podem ser muito altos quando os aterros são construídos com solos compactados, são reduzidos a valores muito menores quando carregados por EPS", acrescenta o professor, que é Ph.D. em mecânica dos solos pela Imperial College of Science and Technology da Universidade de Londres.
Elaboração de projetoO dimensionamento de aterros com blocos de EPS deve ser realizado em duas etapas considerando-se todas as solicitações (externas e internas) presentes na obra. A primeira fase consiste no dimensionamento global da estrutura e deve garantir a segurança contra os mecanismos de ruptura normalmente adotados em aterros convencionais, tais como deslizamento na base da estrutura, tombamento, capacidade de carga da fundação e ruptura global.
A segunda etapa baseia-se no dimensionamento local dos blocos de EPS e deve considerar a resistência mecânica dos blocos (compressão, tração, flexão, cisalhamento e fluência) e o controle de flutuação do aterro. É importante que, nesse momento, seja feita a modulação do aterro de forma a evitar continuidades verticais e horizontais entre as juntas de blocos.
Quando se fala em obras de geotecnia com poliestireno expandido, propriedades como resistência e capacidade de suporte de cargas estão diretamente associadas à densidade dos blocos.
Para aterros de rodovias, normalmente são utilizados blocos de densidade entre 20 e 30 kg/m3 com geometria retangular. São bastante comuns dimensões como 4 m x 1,20 m x 0,50 m e 2 m x 1 m x 1,20 m. Além disso, aceitam-se tolerâncias dimensionais de mais ou menos 0,5% e tolerância de formato de 0,5%/L.
Foto: André Fernandes
No dimensionamento dos blocos, devem ser consideradas a estrutura global da construção, a resistência mecânica dos blocos e o controle de flutuação do aterro
divulgação Basf
O que prever no editalÉ fundamental que a execução de serviços de geotecnia e o manejo de solo sejam respaldados por um projeto desenvolvido por profissional habilitado (Crea), que preveja ao menos:
● Detalhamento de cotas
 Diagramação da colocação dos blocos e suas respectivas camadas
 Informações sobre a base de colocação das camadas
 Informações sobre a cobertura do filme de polietileno
 Detalhes sobre a cobertura de proteção mecânica horizontal (aterro ou laje) e vertical (muros ou placas), conforme o caso
 Controles tecnológicos
"Na hora de elaborar uma licitação, é fundamental que a empresa contratada tenha experiência comprovada em obras com emprego de EPS ou que um especialista da área seja contratado para orientar a execução dos serviços de forma correta e segura", salienta Maccarini, lembrando ainda que a capacidade do fabricante de EPS atender ao cronograma da obra deve ser sempre considerada quando de sua contratação, sob o risco de comprometer o cronograma e o planejamento do serviço.
Aterros com EPS, em geral, estão associados em maior ou menor grau à execução de serviços paralelos, como muros de concreto, lajes de concreto, entre outros. Portanto, a velocidade de execução da obra não depende somente da aplicação do poliestireno expandido. "A produtividade para o caso do EPS tende a ser mais comprometida pela dificuldade do fabricante de atender à demanda do pedido, do que propriamente às dificuldades com relação às técnicas utilizadas para esse material", diz o professor da UFSC.

 Controles de execução
A aceitação do EPS para uma determinada obra deve estar vinculada à verificação da resistência, densidade e geometria dos blocos. Eles devem apresentar superfície nivelada e boa soldagem das pérolas (flocos de EPS que formam as peças). É recomendável que uma amostra dos blocos seja previamente pesada e medida para verificar seu peso e volume. Também devem ser realizados ensaios de absorção de água. Após sete dias de imersão total, a absorção pelo material não deve ultrapassar 7%.
Antes de irem para o canteiro, as peças são cortadas na indústria a fio quente. Para garantir sua estabilidade dimensional, é recomendado que fiquem estocadas por pouco tempo, no máximo de 15 a 20 dias.
A incidência prolongada de raios UV altera as propriedades do poliestireno expandido, por isso, é importante manter os blocos protegidos.
Durante a execução dos serviços, deve-se considerar que o EPS, por ser muito leve e tendo em vista que os solos moles ocorrem em regiões baixas ou de banhado sujeitas a inundações, apresenta o inconveniente de ser facilmente flutuável. Para evitar problemas, ações simples como a colocação de um peso sobre as peças devem ser adotadas. "Durante a execução de obras com a utilização de EPS, é importante monitorar o clima continuamente para prevenir a possibilidade de ocorrer flutuação dos blocos, caso ocorra enchente, quando o peso que inibe a flutuação ainda não estiver sido construído", salienta o professor da UFSC.
Também por conta do seu baixo peso, os blocos de EPS demandam cuidados no armazenamento durante toda execução da obra para evitar serem carregados pelo vento ou até sofrerem algum tipo de vandalismo. "Tendo em vista que líquidos, como solventes, gasolina, óleo e outros produtos químicos que são normalmente transportados nas rodovias podem atacar o EPS, é fundamental que o conjunto dos blocos do aterro seja coberto por manta geossintética para evitar que acidentes com veículos que transportam esses materiais provoquem danos na estrutura do EPS e, consequentemente, do aterro", destaca Maccarini.
Método executivo de aterro com blocos de EPS
 
 
Daniel Beneventi
1. Sondagem e projeto - O projeto do aterro é antecedido por uma sondagem geotécnica, em que é medida a resistência do solo por meio de perfurações com o método Standard Penetration Test (SPT). Após a sondagem, são definidas características como a densidade dos blocos de EPS e o seu posicionamento no aterro. No projeto, leva-se em conta o tamanho padrão das peças para evitar cortes e ter melhor aproveitamento e produtividade. Se forem necessários, os recortes são feitos na própria obra.
2. Preparação do terreno - A camada base em que os blocos serão colocados deve ter cerca de 10 cm e estar nivelada. O grau de inclinação dessa base, feita geralmente com areia, não pode ultrapassar 0,25% (1 cm em 4 m). Eventualmente, pode ser necessário o rebaixamento do lençol freático para evitar que os blocos flutuem por ação do empuxo hidrostático em períodos de cheia.
3. Montagem - Os blocos de EPS são posicionados manualmente e de forma ordenada em juntas de amarração, seguindo o desenho do projeto. Na montagem, não devem sobrar vãos entre as peças, as camadas devem estar todas niveladas e as juntas não devem coincidir. Entre uma camada e outra da montagem, as peças são fixadas com conectores metálicos tanto na vertical, quanto na horizontal para favorecer a estabilidade do conjunto. Durante a montagem, é recomendável utilizar sacos de areia sobre as peças para evitar seu deslocamento.
4. Proteção - Após a montagem, o conjunto é revestido com uma geomembrana de polietileno de alta densidade (PEAD) contra possíveis ataques químicos. Sobre a geomembrana, é lançada uma camada com no mínimo 60 cm de terra a ser compactada e sobre a qual é executado o pavimento de maneira convencional.
5. Confinamento - Para uniformizar a dissipação de cargas nas camadas de EPS, os blocos devem ser confinados por muros de contenção laterais, aterro convencional, vala escavada ou sistemas de geotêxtil, conforme definido em projeto geotécnico. Para casos em que as tensões atuantes no EPS ultrapassem o limite elástico do material, também se indica a execução de uma camada de proteção mecânica com solo (de no mínimo 30 cm) ou de laje de concreto armado de aproximadamente 15 cm.

Contenção em camadas
 
 
Um aterro leve constituído por blocos de poliestireno expandido (EPS) possui cinco unidades básicas:
1. Blocos de poliestireno expandido: são responsáveis por formar o corpo do aterro. Além de resistirem às solicitações externas, possuem massa específica reduzida de forma a não comprometerem a fundação do aterro. Usualmente, são utilizados blocos de massa específica variando de 20 kg/m³ a 30 kg/m³.
2. Base: fina camada de solo que tem a função de regularizar a superfície e receber o aterro composto pelos blocos.
3. Cobertura: composta por uma camada com cerca de 80 cm de solo compactado (com ou sem uma laje de concreto, dependendo das condições da obra) sobre o aterro leve, que redistribui uniformemente as cargas de superfície, protege o EPS contra puncionamentos e impactos localizados e confina os blocos.
4. Sistema de drenagem: drenos de areia e/ou de geossintéticos que evitam subpressões de flutuação no aterro provenientes do contato extremamente prejudicial do EPS com a água. Outro motivo para impedir esse contato é a absorção de água pelos blocos, que resultam em um aumento drástico de sua massa específica e, consequente, perda da função de aterro leve.
5. Sistema de impermeabilização: formado por geomembranas, é indicado em aterros de rodovias para impedir o contato de substâncias nocivas aos blocos de EPS (por exemplo, derivados de petróleo).